domingo, 25 de outubro de 2015

Não me deixe

Quando eu era criança, minha mãe colou estrelas no meu teto
Eu gostava de olhar as tais
Nunca me disseram que elas eram reais
Porque, na verdade, não eram

Elas iluminavam o meu quarto
Do mesmo jeito que as outras iluminavam o espaço
Nunca disse a elas que eram falsas
Porque, na verdade, não eram

Talvez elas tivessem menos contempladores
No entanto, ninguém nunca amou estrelas como eu amei aquelas
Que grandes afastadoras de temores


Lembro também quando elas mesmas se foram
Quando minhas estrelas se foram, minha mãe colou nuvens na minha parede
Eu as amo tanto quanto amei minhas estrelas

Tinha estrelas, quando ninguém mais as tinha
Tenho um céu, quando ninguém mais o tem
O brilho das minhas constelações nunca permitiu que eu temesse a noite
O azul do meu céu nunca permitiu que eu temesse as manhãs

Não me deixe sem estrelas
Não me deixe sem nuvens
Não me deixe 

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