Querido Leonid Afremov,
Por algum motivo qualquer me
inscrevi no seu site de vendas. Era algum jeito de me lembrar do que eu não
poderia ter, ou talvez, alguma forma de apreciar suas lindas pinturas no caos
de um dia agitado ou na acomodação de um tranquilo. Entretanto, nesse exato
momento é desagradável receber seus constantes emails tão sugestivos e que se iniciavam
com uma saudação mais afetiva do que a esperada. Seus
quadros ainda são lindos e seu jeito de pintar continuava a me conquistar
diariamente, mas, esses emails me tentam de uma maneira sem igual. Lembro-me de
na primeira semana tentar comprar três quadros diferentes e desistir na última
etapa do processo.
Nunca fui do tipo que compra
coisas pela internet; gosto do aspecto físico e gosto de lidar com pessoas. Também
nunca comprei quadros. E aqui estou eu, mais uma vez na semana, admirando o
maravilhoso preço de sessenta dólares para uma de suas pinturas. Eu mostrei
para todas as pessoas, sem parar; passei a ser uma divulgadora da sua arte. A arte
da conquista se passa da seguinte maneira: Despretensiosamente, mostra-se uma
das obras de suas obras para uma pessoa qualquer e esperam-se os elogios
seguintes, comuns. Logo depois, se apresenta o site e a tal pintura de sessenta
dólares. Leonid, meu caro amigo (como gosta de se intitular), se algum dia
estiver a ler isso, saiba que fui responsável por metade do seu lucro na América
Latina. Saiba também que fiz isso sem
comprar nenhum quadro da sua autoria.
Provavelmente, sempre serei do
tipo que não compra na internet, principalmente quadros de artistas
internacionais. E provavelmente, continuarei a reclamar dos constantes emails
que você manda, por mais que eu tenha o poder de me livrar deles. Na verdade, o
que posso dizer, é o prazer tentador de seus quadros.
Com toda admiração, da sua fã mais paradoxal,
Clarissa
Reis.
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