segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

𝙈𝙀𝙄𝙊

Ah os começos! Tão cheios de energia e esperança, lotados de bons pensamentos e gratidão. Geralmente acontecem logo após um final dramático e são verdadeiras bençãos dadas por Deus. Um casamento após o noivado, uma matrícula após anos de vestibular, um emprego após anos de espera, uma gestação após anos de infertilidade. É fácil estar perto de Deus nos começos, afinal, eles são sim reflexos da graça divina. Nosso coração se encontra tão cheio de felicidade e é fácil ser grato quando ganhamos um presente.


Mas e os finais? Difícil descrever a sensação de alívio e conquista quando enfim terminamos algo.  O término de um namoro que não fazia bem, o fim da faculdade, da pós, o fim da gestação. Ah, os finais também têm suas belezas! Neles reconhecemos nossas vitórias, pontos fortes e momentos de glória. Também é fácil estar perto de Deus quando vencemos. 


No entanto, hoje não vim falar sobre nenhum dos dois. Hoje, vim falar dos meios, das metades, do que é incompleto e do que falta terminar. Nem sempre é fácil estar perto de Deus nos meios. Neles, somos cobrados e provados; somos diariamente confrontados com as nossas próprias incapacidades e incertezas. Não é fácil dar conta de nossas rotinas sem sucumbir às muitas crises que envolvem a humanidade em nós. Hoje, sigo no meio, de muitas coisas, mas principalmente de mim. Inacabada e incerta, eu sigo orando para que além do começo e fim, Deus seja também o meio.