domingo, 24 de janeiro de 2016

Sobre o amor

  Sempre nos dizem sobre a qualidade do amor e da sua maravilhosa essência; creio eu que não nos dizem que a essência se esvaia e que a qualidade, às vezes, é só um deslumbre. Gostaria de dizer que meu intuito não é discutir sempre o que é o amor, pois é um assunto inesgotável, e me tornaria no mínimo entediante; entretanto, sempre me pego voltando para o mesmo. Isso acontece porque eu realmente acredito que amar seja a chave para a construção de um mundo melhor. E, caro leitor, acredite quando eu digo que seria muito mais útil me ater aos fatos e ser assim uma boa cronista; ter entre minhas milhares de crônicas apenas algumas dezenas sobre o amor, como excelentíssimo Rubem Braga. No entanto, é com imenso pesar que digo que dentre as milhares de crônicas do Rubem, as minhas favoritas continuam sendo aquelas poucas.

   Eu sinto vontade de chorar pensando nas tantas coisas que ainda podem acontecer, faz parte de mim me emocionar por futuros tão distantes quanto irreais. Culpo os filmes, livros e poesias que tendenciam nosso coração, já disposto a viver uma vida sossegada, a sonhar com os mais subjetivos atos de amor; tão subjetivos quanto irreais. Não que eu seja pessimista, ainda acredito no amor. No entanto, a realidade me leva quando possível. Sempre que me vejo sendo levada pelo ceticismo ou pela utopia, abro os olhos e tento procurar exemplos reais do mais lindo amor que existe. E existe, bem perto até, no quarto do lado eu vejo meus pais dançando ou sorrindo.

   Ali, naquele instante, tudo acaba. Minhas duvidas e questões sobre o amor são substituídas pela certeza da sua pureza e existência. Talvez algum dia eu tenha minhas próprias experiências amorosas para aqui compartilhar, por enquanto permaneço extasiada com a beleza dele.